Ao observar a evolução histórica da exportação de alguns dos principais segmentos do setor florestal, percebemos que as tendências para todos eles, em maior ou menor grau, são de crescimento, tanto em valor quanto em volume.
Esse é o terceiro artigo de uma série que a Forest2Market do Brasil vem desenvolvendo nas últimas semanas sobre as exportações do setor florestal brasileiro. Cada artigo tem como tema um segmento específico desse setor. O primeiro artigo abordou o segmento de celulose, o segundo foi sobre o compensado e este terceiro artigo focará nas exportações de madeira serrada de coníferas.
Análise Histórica
A partir de 2011, período pós crise internacional, o segmento de madeira serrada de coníferas apresentou um crescimento de 82% (6,2% a.a.) em valor e 75% (5,7% ao ano) em volume, fechando 2017 com US$ 467 milhões em exportações, superior ao patamar encontrado antes da crise (figura 1).
Figura 1. Evolução histórica das exportações brasileiras de madeira serrada de coníferas
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), adaptado por Forest2Market do Brasil
Principais estados exportadores
Assim como foi observado na análise do mercado de compensado, são dois os principais estados exportadores de madeira serrada: Paraná e Santa Catarina (Figura 2).
Esses estados ganham destaque por abrigarem um grande número de serrarias, as quais em sua maioria utilizam toras de pinus como matéria-prima. Vale lembrar que esses estados também são os principais em termos de área plantada com pinus no país.
Figura 2. Principais estados exportadores de madeira serrada em 2017 (ton)
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), adaptado por Forest2Market do Brasil
Destinos
O principal destino do serrado de coníferas do Brasil em 2017 foram os Estados Unidos, que importou mais de 786 mil m³ deste produto.
Diferente da realidade do Brasil, a madeira serrada é um produto muito valorizado pelos Estados Unidos no setor de construção civil, uma vez que a madeira é matéria-prima importante para a construção de residências no país.
Figura 3. Principais destinos da madeira serrada de coníferas do Brasil em 2017 (em volume)
Fonte: SECEX
Quais são os drivers do crescimento das exportações de madeira serrada?
Assim como foi destacado no artigo sobre o compensado, são várias as razões que explicam o significativo aumento recente nas exportações do serrado brasileiro. Entre elas, se destacam:
- Aumento da demanda no mercado externo, oriunda da demanda norte-americana e europeia, diretamente ligada à indústria de construção civil;
- Câmbio favorável;
- Políticas norte-americanas: A decisões do presidente Donald Trump acabaram indiretamente influenciando a demanda por madeira serrada do Brasil. Entre essas decisões está a imposição de tarifas à madeira serrada canadense.
Perspectivas
A expectativa da indústria de madeira serrada é de que que o mercado global continue crescente, na onda da recuperação econômica e consequente crescimento do setor de construção civil em países como os Estados Unidos e do bom momento econômico vivido por diversos países europeus.
Segundo a opinião de economistas a taxa de câmbio devem permanecer em um patamar alto (acima de 3,8), favorecendo as exportações. Porém, como estamos em ano eleitoral, é necessário manter certa dose de cautela e acompanhar de perto o efeito dos dois turnos de nossa eleição na flutuação da taxa de câmbio.
O preço da matéria-prima (toras de pinus) deverá continuar a subir, conforme a tendência que a Forest2Market do Brasil tem apresentado. Os produtores de madeira serrada devem monitorar esse crescimento para poder identificar o momento correto de ajustar o preço do produto final, controlando assim a margem de lucro.
